🌀 Transtorno Bipolar: muito além de “altos e baixos”

Causas, sintomas, tipos e tratamento — explicados de forma simples, sem enrolação.

Sabe aquela mania de chamar qualquer mudança de humor de “bipolaridade”?
Pois é. Além de errado, é cruel com quem de fato convive com isso.

O transtorno bipolar não é drama. Não é frescura. Não é só ser “8 ou 80”.
É um transtorno de humor sério, reconhecido nos manuais médicos do mundo inteiro, inclusive na obra “Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais”, que qualquer estudante sério de psiquiatria conhece de cor.

☝️ O que é, afinal, o transtorno bipolar?

Imagine viver dentro de uma montanha-russa emocional…
Mas sem ter apertado o cinto. Nem escolhido o brinquedo.

O transtorno bipolar é um transtorno do humor marcado por oscilações intensas, que vão muito além do que qualquer pessoa experimenta no dia a dia.

Aqui, não estamos falando de “um dia bom, um dia ruim”.
Estamos falando de episódios que jogam a pessoa para dois extremos:

  • Mania (ou hipomania): euforia descontrolada, agitação, fala acelerada, impulsividade, sensação de superpoderes. Parece bom? Não é. Muitas vezes leva a decisões desastrosas, brigas, dívidas, acidentes e até surtos psicóticos.

  • Depressão: o lado oposto, como tristeza profunda, desesperança, falta de energia, desânimo, perda do prazer pela vida… e, infelizmente, risco aumentado de suicídio.

E não se engane: quem vive isso não escolhe estar assim. O cérebro, simplesmente, desregula.

🧠 E de onde isso vem? Causa, culpa, azar?

Ninguém escolhe ter transtorno bipolar.
Assim como ninguém escolhe ter hipertensão ou diabetes.

A ciência já sabe:
✅ Genética pesa muito. Se alguém na família tem transtorno bipolar ou depressão, o risco aumenta.
✅ Química cerebral: desequilíbrios em neurotransmissores (como dopamina, serotonina e noradrenalina) participam do quadro.
✅ Fatores ambientais: estresse crônico, traumas, privação de sono, uso de álcool ou drogas podem ser gatilhos para crises.

O livro “Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais” é categórico: o transtorno bipolar surge de uma interação complexa entre vulnerabilidades biológicas e fatores externos.

👉 E antes que alguém pergunte: não, não é coisa da sua cabeça. É coisa do cérebro. E tem tratamento.

🚦 Existem tipos de bipolar?

Sim. E entender isso é chave pra compreender a doença e não sair por aí rotulando errado.

  • Bipolar I: Pelo menos um episódio de mania plena (grave, às vezes com delírios, surtos, perda de contato com a realidade). Pode ou não ter episódios de depressão.

  • Bipolar II: Nunca teve mania, mas teve pelo menos um episódio de hipomania (uma mania mais “branda”, porém perceptível) e um episódio de depressão maior.

  • Ciclotimia: Oscilações mais leves e mais constantes, que não chegam a ser mania nem depressão profunda, mas bagunçam a vida do mesmo jeito.

⚡ E como é cada fase?

Mania:

  • Dorme pouco (ou nada) e não sente falta.

  • Fala muito, pensa mais rápido que o mundo.

  • Se acha mais capaz, mais bonito, mais inteligente que qualquer um.

  • Faz compras sem controle, projetos malucos, decisões impulsivas.

  • Pode ter delírios de grandiosidade (achar que é enviado de Deus, que tem superpoderes, que vai revolucionar o mundo).

  • Em casos extremos, surta, perde o contato com a realidade.

Hipomania:

  • Mesmos sinais da mania, porém menos intensos.

  • Parece estar “no modo turbo”, hiperprodutivo, criativo, sociável.

  • Às vezes, quem está de fora acha que é só uma fase boa… até perceber que é um ciclo e que a queda vem.

Depressão bipolar:

  • Desânimo que paralisa.

  • Tristeza profunda, perda de sentido.

  • Sono demais ou de menos.

  • Culpa, vergonha, pensamento de que “nada vale a pena”.

  • Risco real de suicídio.

🔍 E como se faz o diagnóstico?

Aqui não tem teste de sangue. Nem exame de imagem.
O diagnóstico é clínico, baseado na observação dos sintomas, no histórico e na escuta qualificada.

Um bom profissional (psiquiatra ou psicólogo) vai:

  • Investigar seu histórico de humor, comportamento, sono, impulsividade e crises passadas.

  • Entender se há episódios de mania/hipomania e depressão (essa é a chave para diferenciar bipolaridade de depressão unipolar).

  • Checar histórico familiar.

  • Pedir exames apenas pra descartar outras causas (como problemas na tireoide ou uso de substâncias).

💊 Tem tratamento? Tem, sim. E funciona.

✅ Medicação:

  • Estabilizadores de humor (lítio, valproato, lamotrigina…) são a base.

  • Antipsicóticos atípicos, quando necessário, ajudam em mania ou estados mistos.

  • Antidepressivos? Só com muito cuidado. Isolados, podem jogar a pessoa pra uma mania.

✅ Psicoterapia:

  • Ajuda a entender o transtorno, lidar com gatilhos, prevenir recaídas e reconstruir a vida.

  • Técnicas como Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia de Ritmos Sociais são ouro.

✅ Higiene do sono e rotina:

  • O cérebro bipolar AMA uma rotina bem estruturada.

  • Dormir bem, ter horários definidos e evitar estresse é tão tratamento quanto o remédio.

✅ Zero álcool e drogas:

  • Não é frescura. É proteção. Bipolaridade e substâncias são uma combinação explosiva.

⚠️ E o estigma? Derruba. Joga fora.

Bipolaridade não é loucura. Não é preguiça. Não é falta de Deus.
É um transtorno neurobiológico, sério, complexo, mas tratável.

Pessoas com bipolaridade não são perigosas. São pessoas. Com emoções. Com histórias. Com sonhos.

E sabe qual a verdade que ninguém te conta?
Muita gente que você admira, segue, se inspira e convive com bipolaridade e você nem imagina.
O que faz a diferença não é o diagnóstico.
É o tratamento, o autocuidado e o acolhimento.

💙 Recado final:

Se você se identificou, conhece alguém passando por isso ou ficou na dúvida...
Não precisa enfrentar isso sozinho.

A My Journey tá aqui pra ser tua rede de apoio.
Pra te oferecer informação, ferramentas, acolhimento.

Porque saúde mental é coisa séria.
E autocuidado… é coisa de gente forte.